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Fonseca adorna romance policial com erudição e digressão

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Delfina Delamare, mulher da alta sociedade carioca, é encontrada morta dentro de um carro em uma rua sem saída. A princípio, suspeita-se de suicídio, mas Guedes, o policial encarregado do caso, começa a desconfiar de que não foi bem assim. Temos um corpo, um tira ressabiado e um possível assassino. O suficiente para desencadear uma trama de romance policial. Em "Bufo & Spallanzani" (Cia das Letras, 1997, 238 páginas), porém, o escritor Rubem Fonseca faz muito mais do que um jogo de gato e rato entre polícia e criminoso. "Bufo & Spallanzani" remete a dois personagens, um deles histórico. Bufo refere-se a um sapo da espécie Bufo marinus (hoje chamado de Rhinella marina), nativo de países das Américas Sul e Central. Lazzaro Spallanzani (1729-1799) foi um padre italiano interessado em ciências e perscrutador da teoria da abiogênese. Alguém pode se perguntar: que diabos os experimentos de um sacerdote católico com sapos no século XVIII pode ter a ver com o assass